Em tempos de transformação digital, algumas tendências vêm mudando a forma como as pessoas se relacionam, bem como o seu estilo de vida. Tudo precisa ser mais rápido, prático e simples. E a conectividade é uma das tecnologias que proporciona novos tipos de interações.
Agora, as pessoas podem se relacionar de um modo mais inteligente com seus carros, casas e corpos. Essa é a proposta da Internet das Coisas, que pode ser aplicada, inclusive, no mercado de seguros. Daí, o conceito “Insurance of things”.
Em um primeiro momento, o termo pode soar estranho até mesmo para quem entende inglês. Contudo, não é tão complicado como parece. Trata-se da aplicação da IoT nas estratégias das companhias de seguros, especialmente no que se refere ao modo como elas avaliam, fixam os preços e limitam os riscos. Ao incorporar essa tecnologia para seguros, elas podem transformar o modo como o setor vêm se estruturando e oferecendo seus produtos.
Até mesmo porque o mercado dos dispositivos inteligentes não para de crescer. De acordo com o Gartner, (link em inglês: https://www.gartner.com/smarterwithgartner/gartner-top-strategic-predictions-for-2018-and-beyond/) estima-se que, até 2020, a Internet das Coisas estará incorporada a 95% dos eletrônicos. Com tamanho avanço, a IoT tem potencial para transformar a automação residencial e veicular, por exemplo.
Neste contexto, é claro que o modelo tradicional de negócios no setor de seguros precisa ser reinventado, com o uso da tecnologia e a modernização dos processos.
Quer entender como conceitos como API e “Insurance of Things” podem trazer inovação para o mercado segurador? Continue lendo esse artigo!
# Como a Insurance of Things é capaz de reduzir custos e aumentar a receita?
A Insurance of Things traz mudanças profundas para o mercado de seguros. A explosão de dados aliada ao potencial da IoT permite às companhias aperfeiçoar o nível de personalização em seguros, com grupos de risco menores e equilíbrio no conjunto de riscos compartilhados.
Com o uso da IoT, a lógica é que o bom risco pode subsidiar o risco insatisfatório. Contudo, um dos maiores ganhos, sem dúvida, é a previsibilidade e, com isso, a chance de evitar danos e sinistros.
Ao usar os dados fornecidos pelos dispositivos inteligentes, as seguradoras podem alertar os clientes sobre possíveis perdas antes que elas aconteçam, reduzindo suas perdas e garantindo o bem-estar do segurado.
Em entrevista à The Digital Insurer (link em inglês), Jon Carter, head of business development for the connected home, da Deutsche Telekom, apresentou o case do Water Hero, dispositivo que controla o fluxo de água continuamente.
“Sabemos que cerca de 1/3 de todas as reclamações domésticas se referem à vazamentos de água. Com o uso do Water Hero, podemos fazer o monitoramento desse fluxo, de tal modo que, quando uma irregularidade é identificada, o cliente e/ ou a seguradora são alertados para tomar uma ação proativa. No caso do Water Hero, o fluxo de água pode ser imediatamente desligado”, conta ele. Outra possibilidade seria enviar um tweet ao proprietário, para ele desligar a fonte de alimentação, ou, ainda, realizar uma chamada automática para um encanador.
Com tecnologias como essa, será possível evitar muitos incidentes, reduzindo os custos para a seguradora e melhorando (muito) a experiência do segurado.
# Os desafios e a expectativa acerca desse tipo de tecnologia
Para formular estratégias com IoT e conquistar vantagem competitiva com esse tipo de recurso, é fundamental que antes as seguradoras foquem esforços em alguns desafios centrais, são eles:
- Disrupção dos atuais modelos de negócio;
- Gerenciamento de dados;
- Propriedade de dados;
- Regulamentação do uso da IoT;
- Segurança de dados e fraude.
Ao considerar esses aspectos e encarar os desafios de frente, as seguradoras desenvolvem novas habilidades. Desse modo, também passam a ter condições de construir seus recursos de dados e análises, criando novas plataformas e ecossistemas para oferta de produtos, serviços e benefícios aos segurados.
O Insurance of Things, além de tecnologia para seguros, traz também um volume imenso de dados que, se bem gerenciados e usados, podem indicar às companhias novas maneiras de avaliar riscos, personalizar os preços e orientar as pessoas quanto aos cuidados domésticos, para evitar acidentes e custos com indenizações.
# Qual a relação do Insurance of Things com as APIs?
Para usar com inteligência a conectividade de diversos objetos e sistemas, as empresas precisam investir em APIs. Isso porque são elas que permitem a interoperabilidade dos dispositivos e a criação de um ambiente para que a Internet das Coisas seja aproveitada.
Neste contexto, é fundamental se atentar para a gestão de API, que precisa ser flexível, escalável e muito segura. Afinal, é ela que conecta “coisas” importantes como carros, dispositivos médicos, redes inteligentes e termostatos.
# Cases de Insurance of Things
Não pense que iniciativas com IoT ainda estão para acontecer: elas já são realidade no mercado de seguros e vêm surpreendendo companhias e clientes com tantas facilidades e vantagens.
Pautada pela Insurance of Things, a Porto Seguro criou o produto Auto Jovem, que avalia o comportamento dos motoristas com idade entre 18 e 24 anos, e também os hábitos de uso do veículo. A seguradora mede dois indicadores de dirigibilidade, fornecidos pelo rastreador do carro, o tempo rodado de madrugada e o tempo rodado acima de 90km/h. Na sequência os dados são analisados e se transformam em insumos para um programa que bonifica os melhores condutores na precificação do seguro.
Seguindo uma linha semelhante, a Liberty Seguros, em parceria com a startup Cobli, lançou o aplicativo e programa Direção em Conta, com o objetivo de ajudar o segurado a aperfeiçoar sua experiência ao volante. O dispositivo indica como o condutor pode melhorar a sua forma de dirigir, economizando combustível, freios e pneus. Dependendo do seu desempenho, o motorista pode ganhar até 30% de desconto do seguro automóvel.
Com o crescimento exponencial da IoT, o modo como as pessoas se relacionam com as coisas (e até com seus corpos!) está ficando cada dia mais inteligente. O mercado de seguros, assim como tantos outros, precisa, portanto, acompanhar essa evolução. O futuro já começou!
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