Comum em mercados como os Estados Unidos e o Reino Unido, a emissão de títulos vinculados a seguros (Insurance Linked Securities ou ILS, na sigla em inglês) tem gerado amplo debate no mercado de seguros brasileiro após consulta pública realizada e já finalizada pela Susep – Superintendência de Seguros Privados para debater o tema e a regulamentação do setor de seguros sobre essa inovação.
A proposta deste artigo é explicar um pouco o que é essa medida, sua importância para o ecossistema de seguros e as consequências caso seja colocada em vigor.
O que é o Insurance Linked Securities, ou ILS?
Basicamente, é uma alternativa para financiamento de resseguradores e seguradores. E um detalhe é que esse termo estrangeiro já está ganhando contornos brasileiros. Aproveitando a sigla em inglês, é possível encontrar comunicações brasileiras chamando essa emissão de Investimentos Ligados a Seguros. ]
A ideia do ILS é que seguradoras ou resseguradoras dividam os riscos com investidores. Por exemplo, uma seguradora focada em automóveis pode emitir um ILS ligado a enchentes. É importante salientar que, neste caso, o risco específico é em geral o foco, não a operação global da empresa seguradora – ou, no caso deste exemplo, a seguradora auto.
Isso pode ser estendido a outras catástrofes naturais, como terremotos, desmoronamentos, seca ou até pandemias.
O ILS conta com custo mais atrativo do que o uso de capital próprio e é uma tendência em mercados internacionais que conta inclusive com a possibilidade de atrair investidores estrangeiros ao Brasil.
Para se ter uma ideia, o mercado de ILS no mundo movimentou US$ 98 bilhões em 2018.
Como funciona o ILS?
O habitual é que seguradores busquem se capitalizar por meio de emissão de ações ou acionista privado. Com o ILS, será possível emitir uma dívida associada a um contrato de resseguro com uma seguradora.
Funciona como um título de renda fixa, com prazo determinado que geralmente varia entre 1 e 3 anos e paga entre 2% e 8%.
Se não houver sinistros, o capital retorna ao investidor com um adicional pelo risco. No entanto, do contrário, é possível que o aporte seja parcialmente ou até totalmente perdido, sem nenhum retorno.
Por conta dessa possibilidade de perda, é um investimento mais adequado apenas a investidores profissionais.
Por que ele é importante?
A emissão de títulos vinculados a seguros serviria para ajudar a expandir o setor de seguros e resseguros.
Afinal, entre os benefícios do ILS para o mercado brasileiro está a diminuição de riscos e de custos de captação para as seguradoras, o que favorece o desenvolvimento do mercado e viabiliza menores preços ao consumidor. Ou seja, é uma novidade considerável que contribui para a experiência do consumidor.
A investidores profissionais, é uma opção a mais para a composição da carteira em um cenário desafiador devido aos baixos juros. É uma diversificação interessante porque o risco de uma catástrofe natural, por exemplo, é desvinculada do desempenho da economia do País ou de uma determinada empresa.
Vale destacar também que é possível investir em ILS em outros países da América Latina. Então, implementar essa possibilidade no Brasil é também um modo de seguirmos competitivos no continente em relação ao mundo dos negócios
Com a possibilidade de atrair investidores internacionais, o ILS traria divisas para o País.
ILS: benefícios a investidores, mercado de seguros e ao Brasil
Ao ecossistema de seguros, o ILS se apresenta como uma novidade com potencial para impulsionar o setor no Brasil. Essa oportunidade de financiamento aumenta as possibilidades de captação de recursos para seguradoras e resseguradoras e é um atrativo a investidores profissionais que buscam diversificar suas carteiras.
E o mercado de seguros também é beneficiado por ter a oportunidade de repassar os benefícios obtidos em forma de valores mais acessíveis a contratantes. Agora, a regulamentação do setor de seguros está sendo adequada para que todos essas vantagens sejam aproveitadas.
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