Na era da transformação digital, as insurtechs vem ganhando cada vez mais espaço. Com uma proposta de atuação orientada pela inovação disruptiva, elas não param de crescer.
Nem mesmo a turbulência no mercado financeiro, provocada pela pandemia do novo coronavírus, afetou os investimentos das insurtechs. Eles continuam. À medida que empresas de alto perfil do setor, como a Lemonade Insurance Co., entram no mercado, a atividade de financiamento avança.
Embora a pandemia da COVID-19 tenha levado alguns investidores de insurtech a se reagruparem, o setor não foi impactado a ponto de desacelerar os investimentos.
Sabendo disso, neste post, vamos mostrar um panorama de como o mercado de insurtech e inovação se comportou nos últimos meses.
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Números apontam panorama dos investimentos em insurtechs em 2020
A Willis Towers Watson PLC divulgou um relatório em maio mostrando que, embora o financiamento geral da insurtech tenha caído 54% no primeiro trimestre deste ano, a contagem de negócios aumentou cerca de 10%.
Além disso, o financiamento global das insurtechs no segundo trimestre atingiu US$ 1,56 bilhão em 74 negócios. O montante aponta para um aumento de 71% em relação ao primeiro trimestre de 2020, de acordo com o relatório.
A contagem de negócios, no entanto, caiu 23% em relação ao primeiro trimestre. Isso porque os investidores passaram a financiar empresas mais maduras com investimentos maiores em rodadas posteriores. Foram realizadas, inclusive, quatro “mega-rodadas” que movimentaram mais de US$ 100 milhões.
As insurtechs de seguros de propriedades/acidentes receberam 68% dos dólares investidos neste trimestre, totalizando US$ 1,06 bilhão, em comparação com 85% no primeiro trimestre, que somou US$ 775,2 milhões.
Destes, 46% foram descritos como negócios de distribuição e 46% como transações business-to-business, com os negócios das operadoras representando os 8% restantes.
Além disso, no ranking global, os EUA foram responsáveis por 48% das negociações de insurtech, seguidos pelo Reino Unido com 21% e pela China com 5%.
Mesmo diante de dados que apontam tendências de alta no setor de insurtech e inovação, é importante fazer esse tipo de análise com cautela, antes de tirar conclusões fechadas sobre o mercado de insurtech.
Ainda que o investimento em inovação disruptiva na insurtech tenha se recuperado claramente no segundo trimestre, e a tendência de compromissos para captação de recursos em estágios posteriores continue, é importante fazer uma análise mais ampla sobre o estado geral do mercado global de insurtech. Ou seja, ver além dos resultados obtidos apenas neste trimestre.
Inovação disruptiva nas insurtechs ganha destaque
Quando insurtech e inovação começaram a ganhar espaço no mercado, até mesmo as seguradoras convencionais se sentiram obrigadas a investir no segmento.
O resultado dessa movimentação é um número maior de negócio com investimentos menores em dólares. Os investidores estão adotando o due diligence e definindo um processo mais cuidadoso. Eles estão se tornando mais estrategistas.
Diante da onda de inovação disruptiva no mercado segurador, os investidores querem garantir que as insurtechs tenham um financiamento mínimo para provar seus modelos de negócios antes de passar para as rodadas posteriores de financiamento. Eles estão dispostos a investir em modelos de negócios comprovados.
Ainda que os números sejam positivos, é importante destacar que a pandemia mudou um pouco a velocidade dos negócios.
A equipe de capital de risco da Nationwide Mutual Insurance Co. observou que a atividade de investimento da insurtech desacelerou à medida que a pandemia da COVID-19 se tornou mais aguda.
Amelia Gandara, profissional sênior de investimentos em Columbus, Ohio, afirmou, em entrevista ao Business Insider, que foi preciso “reagir quando o COVID-19 bateu. Todos nós tivemos que olhar para nosso próprio portfólio, para que ocorresse uma desaceleração no ecossistema do empreendimento”.
No entanto, a equipe de capital de risco da Nationwide não parou por muito tempo e já tem acordos em fase de fechamento. A equipe administra um fundo de cerca de US$ 100 milhões e normalmente faz investimentos de US$ 1 milhão a US$ 5 milhões em rodadas de financiamento em estágio inicial.
Apesar da turbulência do mercado financeiro, a disponibilidade de capital para investimento ainda é boa. O mercado continua acreditando no potencial da insurtech, sendo que existe um apetite por negócios de qualidade com os investidores de risco tradicionais, com sólida experiência e capacidade de gestão.
A oferta pública inicial da Lemonade, que arrecadou US$ 319 milhões, é um bom termômetro para o setor insurtech mais amplo. A startup já havia levantado US$ 300 milhões de diferentes investidores, incluindo as seguradoras Axa XL, uma unidade da Axa SA, e Allianz.
O sucesso do IPO da Lemonade Insurance é um dos destaques de 2020. A inovação disruptiva no segmento ganha força, credibilidade e velocidade para a digitalização do setor de seguros.
Mercado de seguros: o digital é o futuro
O fato é que a pandemia da COVID-19 catalisou mudanças nas insurtechs e nas seguradoras. Quando um evento dessa magnitude acontece, ele, de fato, muda a forma como as empresas do setor avaliam a subscrição e a percepção do risco. Além disso, as companhias precisam lidar com as tendências de aumento de custos de perdas relacionadas à pandemia e aos mercados financeiros.
De todo modo, a insurtech veio para ficar até mesmo porque o futuro é digital. O ano de 2020 representa apenas a primeira desaceleração do bom ciclo de negócios das insurtechs.
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