Para atender os clientes, os bancos criaram diferentes departamentos dentro da sua estrutura: para cartões, para crédito, para gerenciar conta corrente e assim por diante. Contudo, essa segmentação interna, orientada pela visão por produto, está com os dias contados no setor financeiro.
Isso porque hoje sabemos que a estratégia deve oferecer serviços e soluções integradas, de acordo com o perfil do cliente.
A questão é: como fazer isso? As novas tecnologias podem impulsionar a construção de uma jornada centrada no usuário. Além delas, o Open Banking também deve contribuir com essa reorganização das estruturas bancárias.
Quer saber como os bancos podem manter a importância do cliente no centro dos negócios? Continue lendo este artigo!
Como o Open Banking reorienta o banco para o foco no cliente?
Ao avaliar a percepção de valor dos seus clientes, as fintechs e as Big Techs identificaram uma lacuna entre a experiência desejada pelo público e as entregas das instituições financeiras. Sabendo disso, elas começaram a oferecer serviços financeiros de maneira mais acessível, simples, prática e transparente.
Em paralelo, bancos e instituições tradicionais do setor financeiro começaram a revisar seus modelos de negócio. O objetivo é reorientar as suas estratégias, considerando a importância do cliente e das demandas individuais, para atender de maneira personalizada, ágil e resolutiva.
Há uma transição em curso no setor financeiro. Do modelo de banco transacional, orientado a produto, para um modelo de plataforma orientada às necessidades do consumidor.
Neste contexto, o Open Banking surge como uma ferramenta facilitadora desta transformação. Na prática, ganha-se flexibilidade para explorar novas parcerias e oportunidades de negócios. Tudo isso acontece dentro de um ecossistema que visa promover a digitalização do setor financeiro e ampliar o acesso bancário.
Vale destacar que, segundo o Banco Central do Brasil, o modelo Open Banking consiste no “compartilhamento de dados, produtos e serviços pelas instituições financeiras e demais instituições autorizadas, a critério de seus clientes, em se tratando de dados a eles relacionados, por meio de abertura e integração de plataformas e infraestruturas de sistemas de informação, de forma segura, ágil e conveniente”.
O compartilhamento dos dados deve ser autorizado pelo cliente e feito por meio da abertura das tradicionais APIs. São elas que viabilizam o acesso aos dados e a interação entre sistemas, de maneira automatizada.
Novas experiências possíveis a partir do Open Banking
Com o Open Banking, bancos, fintechs, insurtechs, Big Techs e varejistas terão condições de oferecer experiências digitais mais personalizadas para os consumidores. Isso será possível graças ao acesso aos dados do cliente, desde que com o consentimento prévio dele.
A partir daí, as instituições do setor financeiro passam a obter uma série de informações, como:
- Análise de histórico;
- Informações de contas de depósito;
- Pagamento de faturas;
- Contratos de empréstimos;
- Perfil de consumo.
Com isso, o Open Banking vai fornecer dados suficientes para que as empresas do setor financeiro possam conhecer o cliente. Ou seja, elas terão subsídios para alavancar serviços e ampliar a oferta de soluções financeiras adequadas para o cliente.
Veja algumas das novas experiências digitais no setor financeiro possíveis com o Open Banking:
- Orientação para o bom uso do orçamento;
- Soluções para gestão financeira personalizada;
- Acesso simplificado a crédito;
- Categorização de gastos do consumidor;
- Pagamentos instantâneos e entre pessoas (peer-to-peer ou P2P);
- Ofertas de seguros baseado em perfil.
Com o Open Banking, será possível reorientar o foco para a importância do cliente. Essas e outras experiências com serviços financeiros serão levadas para a jornada diária das pessoas.
Open banking viabiliza a inclusão financeira
Além de ampliar o portfólio de experiências digitais com serviços financeiros, o Open Banking irá promover a inclusão financeira. De acordo com dados do Instituto Locomotiva, somente no Brasil são mais de 45 milhões de pessoas desbancarizadas. Embora não usem conta bancária, elas movimentam cerca de R$ 800 bilhões anualmente.
O Open Banking surge com o potencial de ampliar e facilitar o acesso limitado a serviços financeiros. A expectativa é que o ecossistema aberto estimule a criação e novas soluções, produtos e canais digitais.
Com a pandemia e o pagamento do auxílio-emergencial, muitos desbancarizados começaram a utilizar as contas digitais para saque do benefício. Certamente, o Open Banking deve impulsionar essa adesão aos serviços financeiros.
O principal objetivo é fazer o dinheiro girar, promovendo a inclusão financeira das pessoas e retroalimentando o sistema.
Seja com um cashback, seja com o estímulo ao consumo de serviços e produtos, essa é a oportunidade de ajudar as pessoas. Elas podem aprender a fazer um uso mais inteligente do seu dinheiro, poupar e se preparar para o futuro. A inclusão social começa pela inclusão financeira.
Dentro da estrutura do Open Banking, esse é um desafio e um compromisso de todos os atores envolvidos.
De um lado, as fintechs têm potencial de alcance, com menos custos de aquisição, levando acesso a novos públicos, que não costumam ser impactados por grandes bancos.
Na outra ponta, os varejistas têm o controle dos canais de distribuição, o espaço físico e o atendimento presencial. Fatores que fazem toda a diferença na oferta de serviços financeiros para os desbancarizados.
O Open banking representa uma oportunidade de entregar uma oferta ainda mais personalizada e no momento exato da compra do produto ou serviço financeiro. Trata-se, acima de tudo, de aproveitar o sistema aberto para melhorar a experiência do usuário e reforçar a importância do cliente.
Quer saber mais sobre o uso da tecnologia no setor financeiro? Continue acompanhando o Trends!